quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O PROFESSOR PODE SER FONTE DE MOTIVAÇÃO PARA O ALUNO?


A motivação do aluno para os estudos é considerada um fator de suma importância para o êxito escolar. Podemos definir motivação como a força propulsora interior a cada pessoa que estimula, dirige e mobiliza, ou seja, conduz o sujeito à ação com empenho e entusiasmo. Na literatura, encontram-se dois tipos de motivação: a) Motivação intrínseca: baseada em um interesse pessoal. Possui como características a autonomia e o autocontrole. Por exemplo: o aluno estuda História da África para entender sua condição de negro. b) Motivação extrínseca: baseada em recompensas materiais e sociais. Quando o sujeito se dirige a um determinado objetivo estimulado por aspectos corre-latos que dele podem resultar. Por exemplo: o aluno estuda História da África para ser aprovado no vestibular. Destacamos três fatores que podem influenciar significativamente a motivação: • O significado que o conteúdo e a disciplina têm para o aluno O significado do conteúdo e da disciplina varia de acordo com as metas e os objetivos de vida de cada um. Caso não se perceba a utilidade, o interesse e o esforço tendem a diminuir à medida que o aluno se pergunta que serventia tem aquilo que o professor lhe ensina. É importante colocar para os alunos problemas ou interrogações, despertar a curiosidade deles, mostrando a relevância que pode ter a realização da tarefa, que é essencial. É imperativo que o professor conheça o aluno e sua história de vida. Assim, o educador poderá ficar próximo dele, saber seus interesses e sonhos para, a partir daí, preparar aulas atrativas e significativas que atenderão às necessidades e aos interesses da turma. • As implicações da autoestima para a motivação A elevada autoestima estimula o aprendizado. O estudante que goza de elevada autoestima aprende com mais alegria e facilidade. Quem se julga incompetente e incapaz de aprender aproxima-se de toda nova tarefa de aprendizagem com uma sensação de desesperança e medo. Alunos desmotivados, com baixa autoestima, costumam desenvolver atitudes como “não sei fazer, não adianta tentar, não vou conseguir...”. Eles necessitam de uma orientação educacional que inclua estímulos socioafetivos que favoreçam o desenvolvimento do autoconhecimento, da identidade pessoal e, com ela, a elevação da autoestima, para reconstruir seus projetos de estudo e de vida. • A motivação do professor Tendo em vista que a atividade acadêmica se realiza de forma coletiva e em um contexto social, o professor deve criar um “ambiente motivador”. Isso significa desenvolver em sala de aula situações de aprendizagem em que o aluno tenha papel ativo na construção do conhecimento, usando adequadamente os recursos didáticos, a avaliação formativa, as estratégias de ensino e o conteúdo, proporcionando atividades desafiadoras, etc. Entretanto, o professor é, por excelência, o principal agente motivador. Ele precisa estar motivado, ter compromisso pessoal com a educação, demonstrar dedicação, entusiasmo, amor e prazer no que faz. O educador deve ser aquele que estabelece uma relação de afetividade com o aluno, que busca mobilizar a energia interna dele. Se o clima de calor humano desenvolvido pelo professor é percebido no processo de interação, passando a imagem de pessoa digna de confiança, amistosa, é provável que os estudantes se esforcem para corresponder às suas expectativas. Comentários do tipo “você não aprende mesmo!” ou “você não quer nada, não tem jeito!” danificam a autoestima do aluno e reforçam o sentimento de incompetência. A qualidade das relações estabelecidas no interior da sala de aula tem implicações na motivação do aluno. As pessoas procuram sentir-se aceitas pelos outros. Podemos chamar isso de motivação de filiação, ou seja, a necessidade que a pessoa tem de se sentir aceita e valorizada. É preciso levar em consideração que fatores socioeconômicos e biológicos também influenciam a motivação. O professor não pode considerar o problema do desinteresse do aluno apenas como uma questão psicológica. A falta de motivação pode ocorrer, também, pela não satisfação de necessidades como fome, cansaço e afeto. O importante é avaliar cada caso e procurar resolvê-lo na medida do possível.

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